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Revolta em Manicoré: população reage contra campanha que quer trocar nomes de filhotes de onça resgatados no município e repassadas ao IBAMA com os nomes Mani e Coré

  • Foto do escritor: Adauto Silva
    Adauto Silva
  • 2 de jul.
  • 2 min de leitura
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Uma polêmica envolvendo dois filhotes de onça-pintada resgatados na zona rural de Manicoré, município localizado no sul do Amazonas, vem causando grande indignação entre moradores da região. Os filhotes, encontrados por ribeirinhos da comunidade São João e resgatados por brigadistas da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semades) em março deste ano, receberam os nomes de Mani e Coré — uma homenagem direta ao nome do município e com profundo significado cultural.


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Segundo relatos, “Mani” significa deusa e “Coré” significa filho na língua dos Anicorés, povo indígena que habitava a área onde hoje está localizado o município. Assim, o nome Manicoré carrega a interpretação simbólica de “Filho da Deusa”.


Secretaria de Meio Ambiente recebeu os animais e cuidou até a entrega ao IBAMA
Secretaria de Meio Ambiente recebeu os animais e cuidou até a entrega ao IBAMA

Após serem levados à sede do Ibama em Manaus para receberem cuidados veterinários, os filhotes foram transferidos recentemente para o Zoológico de Guarulhos, em São Paulo. A partir daí surgiu a polêmica: o zoológico lançou uma campanha nas redes sociais pedindo ao público para sugerir novos nomes para os felinos, desconsiderando totalmente os nomes originais dados ainda em solo amazonense.


MARTA REGINA - SECRETÁRIA DE MEIO AMBIENTE DE MANICORÉ
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A atitude foi recebida como uma demonstração de desrespeito pela população de Manicoré, que se mobilizou e passou a exigir que os nomes Mani e Coré sejam mantidos. Moradores e autoridades locais ressaltam que os filhotes receberam cuidados, carinho e acompanhamento veterinário desde o resgate até a transferência, e que o batismo deles não foi apenas um ato simbólico, mas uma forma de preservar a história e a cultura local.


Vídeo da campanha lançada pelo zoológico de Guarulhos

“Eles não vieram de São Paulo, vieram da Amazônia, de Manicoré. Queremos que a identidade deles seja mantida, que respeitem de onde vieram”, protestam moradores nas redes sociais.
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Para muitos, a campanha do zoológico fere a memória do resgate e apaga a conexão dos animais com o local de origem. Há um forte sentimento de que trocar os nomes seria desconsiderar todo o cuidado que a cidade e seus habitantes tiveram pelos filhotes desde que foram encontrados órfãos na floresta.


DIAN FEIJÓ - MÉDICO VETERINÁRIO - prestou atendimento aos felinos ainda em Manicoré


A comunidade pede que o Zoológico de Guarulhos reconsidere a campanha, preserve os nomes dados inicialmente e reconheça a história que os acompanha desde a floresta amazônica até a capital paulista.

“Mani e Coré não são apenas nomes, representam respeito, gratidão e a história viva do nosso município”, concluem os moradores de Manicoré.
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©2019 Portal de Notícias@.com / Por Adauto Silva

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