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Sentença e Morte: Como se seu último alento fosse a 'justiça do homem' para o assassino de sua filha

Foto do escritor: Adauto SilvaAdauto Silva


Como se não houvesse amanhã', poderia ser assim entendido o coração de mãe que chorou a perda de sua filha. A morte que além do grande abalo emocional também contribuiu para o avanço de uma doença que lhe tiraria a vida, teve desfecho horas após assassino da filha ser condenado.



Neyla Mota, mãe da ex-miss Manicoré Kimberly Mota, assassinada em maio de 2021, morreu nesta quinta-feira (28), em um hospital de Manaus, após longa batalha contra o câncer.

Como se fosse seu último alento, a morte ocorreu horas depois do assassino de sua filha, Rafael Fernandez, ser condenado a 14 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado.



O último ato público de Neyla foi através de videoconferência, quando aceitou depor na manhã de quarta-feira (27), no julgamento do assassino da filha. Um sacrifício a mais, que não seria pela vida, mas sim para sentir, antes da partida, a sensação de Justiça de ver quem lhe tirou grande parte da vida condenado pela lei dos homens.



O julgamento de Rafael Fernandez Rodrigues, acusado de matar a facadas a Miss Manicoré, Kimberly Karen Mota de Oliveira, de 22 anos, iniciou na quarta-feira (27) e terminou nesta quinta-feira, com a condenação do réu a 14 anos de prisão, inicialmente no regime fechado.


O homicídio qualificado é considerado crime hediondo, e considerando que o réu é primário, deverá cumprir 50% da pena em regime fechado para progredir para o regime semiaberto.



O crime aconteceu em maio de 2020. Ele era namorado da vítima.

A pena foi considerada por alguns como uma vitória para o réu. O homicídio triplamente qualificado que culminou na condenação a 21 anos de prisão, de acordo com o entendimento da juíza, teve a qualificação do motivo torpe descartado e foi reduzido de 1/3, ficando em 14 anos.



A defesa alegou semi-imputabilidade, isto é, que o assassino agiu por violenta emoção, o que acabou diminuindo um terço da pena.

Relembre o crime

Em maio de 2020, Rafael viu mensagens no telefone de Kimberly, ficou aborrecido e foi na cozinha, buscou uma faca, deitou ao lado dela na cama com o objeto escondido e, na distração, dela, deu a primeira facada. Após desferir os golpes, ele tentou carregar a vítima para retirar o corpo do apartamento e escondê-lo. Ele chegou a lavar o corpo da jovem, mas após perceber que não conseguiria retirar a vítima do local, trocou de roupa e fugiu.



Rafael também confessa que ligou para o próprio pai, que o aconselhou a se entregar para a polícia. Entretanto, ele decidiu fugir para a Venezuela e acabou sendo preso em Pacaraima.




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