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Foto do escritorAdauto Silva

Nível dos rios da região alerta para nova grande enchente no Amazonas em 2022, veja níveis dos rios

Níveis dos rios

Calhas dos rios do Amazonas registram índices superiores à marca histórica da cheia deste ano



Baixo rio Negro- 21 - Novo Airão: 12,80m 20 - 8,25m Diferença - 4.55m
Alto Purus 21 - Boca do Acre16,29m 20 - 9.46 Diferenças - 6,83 cm
Baixo Solimões 2021 esta acima de 13,68m em relação ao ano passado

Governador Wilson Lima apresentou plano de ação para a Operação Enchente 2022, nesta segunda-feira (27/12)


Com exceção do Rio Madeira, todas as calhas do Amazonas têm registrado índices superiores à marca histórica. Caso os números continuem altos, a previsão é que, no ano de 2022, todos os municípios do estado sejam atingidos pela cheia dos rios. O alerta foi feito, nesta segunda-feira (27/12), pelo governador Wilson Lima, durante a apresentação do plano de ação para a Operação Enchente 2022.


O planejamento define as medidas do Estado para socorrer as famílias que, possivelmente, enfrentarão prejuízos causados pela subida dos rios da região. O plano observa dados de monitoramento hidroclimatológicos que apontam risco de enchente dos rios acima da normalidade, no ano que vem.


“Estive, há aproximadamente 10, 15 dias, nas calhas do Juruá e do Purus e constatei, junto com as prefeituras e os técnicos, a subida desses rios. Nós já estamos mobilizando toda a nossa estrutura, todos os nossos secretários. Inclusive estamos reunindo, aqui, para discutir ações integradas de socorro a esses municípios e famílias que forem atingidos pela subida dos rios”, disse Wilson Lima.


O titular da Defesa Civil do Amazonas, coronel Francisco Máximo, destacou a ação integrada entre os órgãos estaduais para minimizar o impacto da cheia na vida da população.

“É uma marca desse governo. Desde 2019, quando o governador Wilson Lima assumiu, ele disse: ‘Não chega em lugar nenhum secretaria individual, chega o sistema, chega o Estado’. O Estado se faz representado por todas as suas secretarias, e é assim que nós estamos trabalhando, desde 2019, como um sistema. As secretarias têm trabalhado de forma conjunta para que possam ofertar os melhores serviços e o maior volume de ações, para que o Estado consiga realmente minimizar os impactos e ofertar para a população o máximo de serviços possíveis”, afirmou Francisco Máximo.

*Fenômeno* – Os altos níveis dos rios do Amazonas são resultado do fenômeno La Niña, um resfriamento no Oceano Pacífico que altera a circulação e potencializa as chuvas na Região Amazônica.

“Ultimamente, os eventos extremos têm sido cada vez mais expressivos, tanto as cheias históricas quanto as secas. A exemplo disso, nós tivemos essa cheia de 2021, e o condicionante para que ela acontecesse é idêntico ao de agora”, pontuou Patrícia Guimarães, meteorologista da Defesa Civil.

Além do La Niña, a especialista também ressalta o aquecimento do Atlântico Sul tropical como responsável pelas chuvas na região. “Ele funciona como uma esteira transportando umidade para a Amazônia, ou seja, mais chuva ainda. Esse é o cenário que a gente se encontra e que vai perdurar até fevereiro”, acrescentou a meteorologista.

*Parceria* – Conforme Patrícia Guimarães, para que os impactos da cheia possam ser calculados com antecedência, é necessário um trabalho em parceria com os municípios.

“É muito importante que os municípios deem um feedback de como está sendo a resposta da chuva. Ela [a resposta da chuva] é a lâmina d’água que vem aumentando gradualmente no rio, e a gente precisa dessa informação para fazer o monitoramento e entender se a cota desse rio está acima ou não da média”, concluiu.

*Índices* – Na calha do Rio Negro, onde a maior cheia já resgistrada foi neste ano, o nível está 2,88 metros acima do que estava no mesmo período do ano passado. Em 24 de dezembro de 2020, o rio estava com 20,29 metros de profundidade. No mesmo dia deste mês, chegou a 23,27 metros. Os indicadores têm como referência o município de Manaus.

Além do Rio Negro, o monitoramento do nível dos rios das calhas nas estações dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos aponta níveis atípicos, acima do esperado para a época. Se as previsões se confirmarem, os primeiros municípios serão atingidos entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira metade de fevereiro.


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