Ela comia farinha com água e depois que acabou comeu peixe cru para resistir a chegada do resgate, enquanto navegou por cerca de 70 horas a deriva com o corpo do marido na canoa
Após cinco dias de buscas pelo Corpo de Bombeiros, Defesa Civil de Novo Airão, parentes e comunitários, a Marinha localizou a embarcação do casal durante um sobrevoo de helicóptero pela região do Arquipélago de Anavilhanas, no rio Negro. Do alto foi possível ver dona Maria Graça Bernardo que descia o rio a deriva na canoa. Uma lancha foi enviada até a embarcação e a mulher foi reagatada.
Somente no fim da manhã desta quarta-feira, 05/04, o Corpo de seu José Isaías de 68 anos foi encaminhado ao IML
Após 24 horas do resgate o corpo de José Nilson foi encaminhado ao Instituto Médico Legal na manhã desta quarta-feira. Dona Maria Graça, 64 anos, se recupera em casa após cinco dias à deriva no rio Negro com o corpo do marido a bordo da canoa. Para os parentes a região de Anavilhanas dificultou o resgate antecipado
Foram mais de 60 horas de sobrevivência em pleno rio para não abandonar o corpo do marido
Segundo relato da filha da vítima, o infarto ocorreu por volta de meia-noite de quarta-feira. Desesperada a mulher tentando salvar o marido empurrou a canoa para o meio do lago e saiu em buscar de ajuda. Em meio a aflição a canoa engatou em alguns galhos de mato e ela tentando liberar a embarcação, cortou a mangueira do fogão que findou o caindo na água.
Após liberar a canoa ligou o motor e com a velocidade que estava, sem ter conhecimento com a máquina, o motor quebrou o eixo da rabeta, deixando o casal à deriva. Com o remo e uma canoa de 8 metros a mulher tentou deixar o local, porém não conseguiu.
Foram cinco dias e meio na canoa, perdida na aquela região de ilhas, mas sem abandonar o corpo do marido.
Sobrinho do casal relata ato de bravura da Tia Maria
Silvano Bernardo
Ainda segunda relato da vítima, ela se alimentava de farinha com água e chegou a comer peixe cru para sobreviver. Em dias de chuva e sol, tirou a lona que cobria a tolda da canoa para embrulhar o corpo do marido que já começa a entrar em decomposição. Mesmo cansada e bastante debilitada, teve que muitas vezes espantar animais aéreos que se aproximavam em função do mau cheiro que já exalava do jovem morto.
"Minha mãe ficava na parte da proa da canoa, área descoberta mas que devido a ventilação ajudava a resistir ao forte odor, o que lhe fez muito mal, como rachaduras na pele e insolação, além da própria fraqueza. Já se sentindo muito debilitada, na madrugada de segunda para terça-feira ela disse que se amarrar na embarcação, pois sabia que se ela chegasse a desmaiar ou sofresse qualquer outro mal súbito, estaria ali presa à canoa até que fossem encontrados. Ela me disse também que chegou a jogar na água objetos como pratos, tampas de panela e outros objetos flutuantes para tentar deixar lista de onde estaria navegando ali desorientada, ela foi uma guerreira", destacou a filha.
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Casal de pescadores que estava desaparecido no Rio Negro, desde a última terça-feira foi localizado
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