Adauto Silva
Alerta:"Pode ser como um sonho ou talvez apenas como ir dormir", escreveu o jovem antes do suicídio

Depois de fazer alguns alertas nas redes sociais do processo depressivo que lhe acometia e dar sinais de que a vida para ele podia ser apenas um sonho ou um ato de dormir, o jovem não foi percebido por aqueles que lhe rodeavam para lhe fazer voltar atrás ou refazer seus pensamentos; foi aí que Luiz Paulo Soares de Araújo amarrou uma corda no pescoço e se jogou da passarela, como se ali algo de novo iniciasse em sua vida no pós morte.

Teria sido essa a história de 'vida & morte' do jovem que cometeu suicídio na Av. Djalma Batista, Boulevard Álvaro Maia, na Zona Centro-Sul de Manaus, na noite desta quarta-feira, 27.

Segundo informações, o jovem sofria de depressão e planejava cometer o ato desde julho, tendo inclusive uma pasta no google drive com diversas imagens da passarela da Av. Djalma Batista e conversas com uma mulher que também queria tomar a mesma atitude. Além disso, em uma série de publicações no Twitter, ele anunciou o que iria fazer.

Durante o processo de preparação do ato final, Luis Paulo teria até filmado a passarela onde poderia ser o palco do seu juízo final. Várias pessoas que passavam pelo local gritaram para que ele não fizesse aquilo, mas ele não voltou atrás.
Sem poder fazer nada mais por sua sobrevivência o jovem decretou o final se sua vida, momento em que a partir dali, muito se pode conhecer sobre seus problemas e vida depressiva, em postagem em suas redes sociais e registros anteriores de seus momentos de reflexão.
Da vítima
“Algumas das coisas que vou mencionar são coisas que carreguei comigo na minha última tentativa de suicídio, onde tive certeza de que teria sucesso. (E foi quase um sucesso.)
Pensamentos: O processo de morte pode ser uma série de experiências e não vou ser ingênuo a isso. Pode ser como um sonho ou talvez apenas como ir dormir. Ou pode ser como desmaiar, Podia ser melhor do que qualquer droga no universo e Se for assustador ou doloroso ou ambos: eu aceito e entendo se é isso que está nas minhas cartas.
Tudo é temporário – viver e morrer são momentos verdadeiramente inevitáveis no final, como todos os outros.
Tente não sair com o coração pesado – é estresse desnecessário quando minha decisão já foi tomada. Tento me permitir ceder para não lutar. Para apenas deixar ir. Para abraçar.”
As reflexões de Luis Paulo podem e devem ser avaliadas por todos nós, para que entendamos problemas dessa natureza em nosso meio, a fim de que pessoas de nosso convívio não nos deixem pra dizem o quanto lutavam pela vida apenas após o silêncio da morte.