Eles vieram para o Brasil e na mala trouxeram esperança e otimismo; porém alguns trouxeram consigo mazelas sociais.
Os venezuelanos das cidades fronteiriças com o Brasil, população pobre que deixou de receber benefícios do governo de Nicolas Maduro ao sentirem a possibilidade de se instalarem em cidades brasileiras, fugiram para o país vizinho e hoje vivem em abrigos, pequenos cômodos alugados e até mesmo perambulando por aí, como nômades.
Muitas dessas famílias descobriram que viver no Brasil, como pedinte é mais favorável que viver em suas aldeias no território venezuelano sem o patrocínio do Governo local.
Algumas pessoas e famílias venezuelanas vieram para o Amazonas, para fugir da crise venezuelana e tentar um novo horizonte, ou ao menos garantir um meio de sobreviver de forma digna. Pessoas que vieram buscar, através de seu trabalho, uma vida em sociedade, por mais simples que seja.
Em meio aos que vieram em busca de trabalho e aos que se adaptaram à peregrinação diária da sobrevivência, veio um terceiro grupo de imigrantes, e este pode ser considerado os Ovelhas Negras". Grupo de venezuelanos que migrou para o Brasil e trouxe consigo as mazelas do mundo do crime.
Imigrantes que foram rapidamente recrutados por facções ou grupos de criminosos e começaram a agir nas cidade por onde passam.
Virou rotina a participação de venezuelanos em assaltos, tráfico, homicídios e por último execuções. Nos noticiários na maioria das vezes a palavra 'venezuelanos" vem acompanhada de morte, tráfico, assalto, execução.
Esse grupo por sua vez, além de causar problemas para a sociedade local, mancha os sofridos imigrantes venezuelanos do bem. As ações erradas de alguns geraram a desconfiança que se instalando ao longo dos anos no olhar brasileiro, que muitas das vezes chegam a ser injustos.
Mas como a sociedade costuma dizer, ninguém tem letreiro na testa, daí o pé atrás quando se trata de dar uma mão ao irmão venezuelano.
Independente dos maus compatriotas, a maioria dos que aqui chegaram, mesmo enfrentando dificuldades, trilharam o caminho do bem e buscam a sobrevivência de forma digna.
Há relatos de que muitos venezuelanos, principalmente os de etnias mais carentes, se acostumaram a viver como pedintes e se recusavam a ficar em abrigos. Preferiam ficar perambulando pedindo esmolas, que o muitas vezes lhes rendia uma renda que garantia a sobrevivência.
Em 2019 um grupo de indígenas venezuelanos chegou à cidade de Manacapuru, se alojou na rodoviária do município, mas após ser abordado pelos órgãos de assistência social do município, teve que ser deportado da cidade por não aceitar ir para o abrigo público.
Na época a prefeitura do municipio emitiu nota esclarecendo o fato.
PREFEITURA DE MANACAPURU
⚠️NOTA DE ESCLARECIMENTO ⚠️
A Prefeitura junto à Secretaria de Assistência Social, informa que o grupo indígena de venezuelanos da etnia Araus, foi identificado pelo CREAS e SEMINJ e abordados pela equipe do Acolhimento de Adultos, o grupo que estava na rodoviária há alguns dias e se recusou à ir para o abrigo do município, e com isso fez-se necessário o contato com a SEJUSC - Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, que através da Gerência de Imigrantes informaram que os mesmos já estavam cadastrados pela secretaria local e pediram o retorno do grupo à Manaus para se juntarem aos outros familiares.
Prefeitura Municipal de Manacapuru - Beto D’angelo
Há quem diga também que venezuelanos que saiam em grupos pelas cidades do Amazonas mais próximas, eram patrocinados inicialmente por outros venezuelanos, que cobravam depois, parte da arrecadação diária do grupo na cidade visitada.
A chegada dos Venezuelanos em vulnerabilidade social potencializou a crise migratória que se espalhou por diversas cidades brasileiras.
Segundo autoridades de segurança a imigração estimulou a exploração sexual, trabalho forçado, tráfico de pessoas, o recrutamento para o crime, entre outras mazelas.
Ação da Justiça
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Agência da ONU para as Migrações (OIM) lançaram, neste sábado (30/7), a campanha virtual “Brasil sem tráfico humano”. A ação envolve a publicação de conteúdo em linguagem acessível para o público geral nas redes sociais do Conselho e da entidade internacional.
A data de lançamento da campanha, 30 de julho, marca a celebração do Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e abrirá a 8ª Semana Nacional de Mobilização para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. O objetivo é ampliar o conhecimento dos atores do sistema de justiça e da população em geral sobre os diversos aspectos que configuram o crime de tráfico de pessoas, potencializado pela crise migratória que atinge diversos países pelo mundo.
A campanha “Brasil sem tráfico humano” acontece em 2022 com a participação do CNJ para dar visibilidade a temática e difundir informações que fortaleçam o combate e reprimam o tráfico de pessoas. O conteúdo da campanha busca combater o tráfico humano e a exploração sexual, indicando os contatos para denúncia e pontos de atendimento.
Um dos alertas levantados pela campanha é para a relação entre trabalho forçado e o tráfico de pessoas, o que surge como uma oferta de oportunidades e remunerações que parecem muito fáceis. Por isso, levar informação ao público em geral auxilia na prevenção do tráfico de pessoas e contribui para o bom gerenciamento das migrações em benefício de todos.
Imigrantes venezuelanos que migraram para o mundo do crime
Veja alguns casos
Um venezuelano, de 24 anos, foi preso suspeito do crime de tráfico de drogas na madrugada desta terça-feira (16). A detenção aconteceu na Rua das Flores, no bairro Parque Riachuelo, Zona Norte de Manaus. Além do estrangeiro, foram detidos na operação um homem de 19 anos e uma adolescente de 16 anos.
Venezuelana morta a facadas por outro venezuelano no Amazonas
Uma câmera de segurança flagrou o momento em que um homem de 31 anos deixa a vila onde a mulher venezuelana de 27 anos foi morta a facadas, na quarta-feira (6), no bairro Mauzinho, Zona Leste de Manaus.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), ele é venezuelano e amigo da família da vítima.
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