Adauto Silva
38 pessoas foram presas em Manacapuru e Manaus durante a Flora Amazônica
Policiais Militares foram presos em Manacapuru entre os agentes públicos, que recebiam propina para liberar as cargas ilegais.
Operação Flora Amazônica deflagrado pelas Polícias Civil e Militar do Amazonas na manhã desta terça-feira (02/06), com objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por desmatamento e comércio ilegal de madeira no estado, prendeu 28 pessoas por mandados de prisão e 10 outras foram detidas durante a operação.
Os mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos, simultaneamente, em Manaus e Manacapuru, na Região iMetropolitana.
Resultados da Operação Flora Amazônica
=》28 presos por mandados de prisão
=》 8 pessoas detidas
=》45 mandados de busca e apreensão cumpridos
=》16 caminhões apreendidos
=》5 armas de fogo apreendidas
=》R$ 200 mil reais apreendidos
=》Mais de 1 mil metros cúbicos de madeiras apreendidas.
A operação é fruto de investigações do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil, que vêm ocorrendo há cerca de quatro meses. A operação é coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) com a participação do Ipaam, Ibama e Delegacia de Meio Ambiente.
Interceptações telefônicas ajudaram a revelar a cadeia de atuação do grupo criminoso, formado por empresários moveleiros, serralheiros, extratores ilegais, motoristas e agentes públicos, que recebiam propina para liberar as cargas ilegais. O DRCO acompanhou, em sigilo, a apreensão de madeira transportadas pela quadrilha, o que deu maior robustez ao conjunto de provas.
Há mandados de prisão temporária para 35 suspeitos. Segundo a Polícia Civil, em dez meses, os membros da organização criminosa extraíram algo em torno de 9 mil árvores centenárias de regiões de mata nativa de Manacapuru. Espécies como Castanheira, Cupiuba, Seringueira, Angelim, Sumaúma, Cedro e Muiratingas, que eram extraídas e comercializadas ilegalmente nas duas cidades.
O esquema criminoso envolve 12 serralherias de Manaus e Manacapuru, que misturavam a madeira ilegal com peças devidamente regularizadas como forma de burlar a fiscalização de órgãos ambientais.
Policiais Militares foram presos em Manacapuru entre os agentes públicos, que recebiam propina para liberar as cargas ilegais.
De acordo com a investigação, 95% da madeira vendida pelos empresários desse esquema era de origem criminosa. O material abastecia o comércio das duas cidades e a liderança era exercida por um núcleo empresarial, que fomentava a prática dos crimes ambientais e planejava represálias à delegados.